A qualificação intelectual reside muito menos na capacidade — sempre relativa e frequentemente ilusória — de compreender determinadas concepções metafísicas do que na qualidade puramente contemplativa da inteligência; essa qualidade implica a ausência de elementos passionais, não no homem, mas em seu espírito **. A pureza da inteligência é infinitamente mais importante do que sua capacidade efetiva: “Bem-aventurados os que têm o coração puro”, disse Cristo, e não: “aqueles que são inteligentes”.
O “coração” significa o intelecto, e por extensão a essência individual, a tendência fundamental, do homem; nos dois sentidos, ele é o centro do ser humano.
Schuon, Perspectives Spirituelles et Faits Humains, 1989, p. 102.
** Nota do editor: esprit, em francês, significa aqui o “pensamento”.