Por um lado, é preciso resignar-se àquilo que se é e, por outro lado, é preciso fazer de si mesmo um lugar da Presença divina. Todo eu pode em princípio ser um veículo do Si, e assim libertar-se, numa medida suficiente, da contingência.
Por um lado, é preciso resignar-se a estar onde se está e, por outro lado, é preciso fazer desse lugar um centro para a lembrança de Deus; pois ali onde Deus é evocado,
onde ele se manifesta, esse lugar é o centro.
Por um lado, é preciso resignar-se a viver no momento em que se vive e, por outro lado, é preciso fazer desse momento um eterno presente, o que todo presente se torna
pela lembrança de Deus; pois quando Deus é evocado, quando ele se manifesta, nós estamos na eternidade.
Frithjof Schuon, Pérolas do Peregrino.