Há no homem algo que pode conceber o Absoluto e mesmo alcançá-lo, e que, por consequência, é absoluto. Partindo deste dado, pode-se medir toda a aberração daqueles que acham totalmente natural ter o direito ou a chance de ser homem, mas que querem sê-lo fora da natureza integral do homem e fora das atitudes que ela implica. Por certo, a possibilidade paradoxal de negá-la também faz parte dessa natureza — pois ser homem é ser livre, no sentido do “relativamente absoluto” —, da mesma maneira que é uma possibilidade humana aceitar o erro ou lançar-se num abismo.
Frithjof Schuon, O Homem no Universo, “Queda e decadência”, Ed. Perspectiva.