Um traço essencial que distingue o homem do animal é que o homem sabe que deve morrer, enquanto o animal não o sabe. Ora, esse saber da morte é uma prova de imortalidade; é somente porque o homem é imortal que suas faculdades lhe permitem constatar sua impermanência terrestre. Quem diz consciência da morte, diz fenômeno religioso; e explicitemos que esse fenômeno faz parte da ecologia no sentido total do termo, pois sem religião — ou sem religião autêntica — uma coletividade humana não poderia sobreviver muito tempo; ou seja, ela não poderia continuar sendo humana.
Frithjof Schuon, “Prerrogativas do estado humano”, in Le Jeu des Masques [O Jogo das Máscaras], l’Age d’Homme, Lausanne, 1992, pp. 23-24