Há que distinguir entre a vida natural, que é centrífuga, e a vida sobrenatural, que é centrípeta; a primeira afasta a alma de Deus e a mergulha no mundo, enquanto a segunda afasta a alma do mundo e a reconduz a Deus. A vida natural ou centrífuga comporta um efeito de dispersão e outro de compressão: o profano ou o mundano por um lado se perde na multiplicidade das coisas e por outro lado se endurece em seus apegos passionais. A vida sobrenatural, ao contrário, comporta um efeito de dilatação e outro de concentração: o homem espiritual por um lado se dilata em direção do que é interior e por outro lado se une ao Único, uma coisa sendo função da outra.
Schuon, La conscience de l’Absolu, Hozhoni, 2016, p. 15.